CRÔNICA CARIOCA ( 10 )
VERGONHA NACIONAL
O General Charles De Gaulle já dizia que o Brasil não era um Pais sério. Os dirigentes e os governantes da época ficaram indignados, como se isso fosse uma grande mentira. Criou-se, até, um problema diplomático, porém, depois de alguns acertos ao pé–do–ouvido, tudo voltou ao normal, isto é, o Brasil continuou sendo um País de mer a fantasia.
Apenas como exemplo de descaso dos dirigentes e dos governantes para com o povo que os elegem, citarei um caso que acontece, sistematicamente, na Previdência Social.
O valor da aposentadoria do brasileiro, ao longo dos anos, vai sendo corroído pela inflação real e não pela inflação imoral, a qual é calculada por quem desconhece os princípios básicos da Matemática Comercial e Financeira, ou é um autêntico mau-caráter, a ponto de concordar com os índices inflacionários que os governantes determinam que sejam divulgados, por interesse próprio.
É uma vergonha nacional o que os dirigentes e os governantes fazem com o “coitado” do aposentado brasileiro.
“Coitado” não deriva de coito, embora o aposentado brasileiro esteja sendo enrabado.
Por que o aposentado tem que solicitar ao Governo, que se faça um cálculo para corrigir o seu parco salário? Esse pedido, que é um Direito de todos, às vezes, leva anos para ser atendido.
Tempo de espera é uma coisa que o aposentado não tem. Ele já está na reta final para o “recall divino”.
O mais incrível nisso tudo é que, se o cidadão não tiver sido aposentado em determinado mês, de determinado ano, nunca terá o Direito de pedir revisão. Por quê? Isso é uma “roleta russa”! É uma grande injustiça.
Quem determina esse prazo, o qual é de dois meses em cada ano, é o Governo e de uma forma aleatória.
E os outros cidadãos que se aposentaram, por azar, nos outros dez meses daquele ano? O Direito deles é cortado, automaticamente. Simplesmente, nunca poderão pedir qualquer tipo de revisão da aposentadoria. Por quê?
Se o nosso País fosse realmente sério, isso tudo seria feito de uma forma coerente, de tempos em tempos, sem a necessidade de se fazer qualquer tipo de solicitação; é uma questão de Justiça.
Isso não acontece, porque os salários dos Dirigentes e dos Governantes são vultosos, líquidos e certos. Para eles, o resto não importa.
O “resto”, somos nós!
Oh Presidente! O Brasil é um País sério?
Crônica Carioca (11) --------------- “By” Vic Dório
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